quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Adália, sátira a Alphonsus Guimaraens

Quando Adália enlouqueceu
Pôs-se na laje a sonhar...
Viu uma nuvem no céu
Viu outra no mar


No sonho em que se meteu
Banhou-se toda a se sujar
Queria descer do céu
Andar sob o mar...


E na loucura sua
Na laje pôs-se a berrar
Estava perto de Deus
E tão longe do mar...


As asas que Deus lhe deu
Arrancou a ufanar...
Sua alma caiu do céu,
Com nadadeiras para nadar.




Rogério Saraiva

sábado, 5 de setembro de 2009

Os Maricas Federico Lorca! Os Maricas!


Poesia é a extensão do poeta; às vezes se fala pouco,
outras se fala muito, de loucuras, romances, dores, alegrias, lutas.
Apesar disso, nunca pretendi falar diretamente de mim,
autor desse surreal matemático blog. Alguém que me conhece
poderia dizer "mesmo não fumando, acenda um cigarro e fume",
mas não, danço com um sorriso no rosto em cima da sepultura da felicidade,
pois a tristeza que o mundo sente, não terá mais conflitos proeminentes.
Lembro-me dos escritos daqueles poetas, das farsas e fossas;
Das verdades condicionais da religião que foi vomitada em mim;
De como somos estuprados todos os dias.
Somos todos maricas Walt Whitman, todos maricas!
No Carnaval fora de época na Sibéria.
Maricas mergulhados na liberdade de sua própria prisão.
Somos órbitas bêbadas indo embora pra casa!
O poeta não é nada mais que a extensão de sua poesia.





Rogério Saraiva
imagem: Antônio Guijarro Moraes