sexta-feira, 26 de novembro de 2010

= Sem título =


Dorme! Dorme!


Eis aqui a revolução dos incompetentes
Destrói aniquila
as partes
sensíveis
de minha alma
enclausurada neste corpo

esses
pensamentos
vespas apocritas
nas idas
e vindas de
homens
de todas os lugares

o chão não é terra
e as paredes não são concreto
do suor
laborioso daqueles desejos
na encruzilhada
do fim


incerto



Rogério Saraiva

(foto: Eugénia - Maori Satori)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Forasteiro


meus sonhos são presságios de outros mundos
que caminhei e que ainda hei de caminhar
nas vitórias e derrotas em mãos adestradas
pela batalha que é viver, amar e não morrer

a morte é uma idéia e como todo ideal
encontra nos dedos a facilidade da jóia mais rara
e mais fácil de ser encontrada, amor que para...

nos bocejos das velhas senhoras bucólicas
onde seus rostos enrugados teciam um leve sorriso
fechado pela vergonhosa felicidade de seus lábios
enaltecidos pela gordura da carne comida e de suas
dentaduras insensatas que insistiam em sair do lugar

nas paredes histórias, estórias e mais histórias
de um mundo tão pequeno, mas grande e tão vivido
bambu verde estalando nas brasas em meios mitos
distorcidos contados pela veracidade daqueles
velhos mais verdadeiros que poderiam existir

ao canto dos pássaros viajantes um homem sorriu
um barco velejou e o forasteiro seguiu



Rogério Saraiva

(foto: Rogério Saraiva)