segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Insone


Madrugada insone
Nenhuma poesia escreverá
O sentimento que bate e rebate
No peito de um poeta

Reescrevem o passado
Não existe mais lápis
Nem caneta, nem giz

Descrevem o presente
Sobrevivem do futuro

Madrugada insone
Tantas vezes descritas
Perdidas num quarto
De um vazio preenchido

Cabides balançam
Roupas a serem vestidas
Nada é mais estranho
Tudo é permissivo
Numa noite insone


Rogério Saraiva 
(foto: Rogério Saraiva )