Tudo que era poesia agora não é mais. Não passa de matéria orgânica em decomposição nesse aterro sanitário. Aterro que serve de abrigo a cães, ratos, homens e mulheres sem perspectivas de um ap no Leblon. Eu não sou a poesia, você não é, o ator da globo, as estrelas não são, esse astro que pra mim não serve de nada, não coloca comida no meu saco, fica me olhando de cima como uma madame que faz de seu cachorro o amante de tantas noites uivando de dor. Não, a poesia não está no meu bolso, não está na filha do poeta. A poesia está podre, estragou, foi pro lixão.
Rogério Saraiva